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Novela Segundo Sol rebusca a prática do ‘poliamor’ da Grécia e Roma Antigas, para disseminar na sociedade brasileira moderna

As crianças e os pré-adolescentes precisam ser blindados do induzimento midiático, principalmente quando são abordados temas que cabem exclusivamente aos adultos.


A prática do Poliamor...

A prática do Poliamor...   Foto: Reprodução/Google/Facebook

Postado em: 03/11/2018 às 12:51:45   /   por Helio Fialho

Na última terça-feira (30), a novela “Segundo Sol”, da Rede Globo de Televisão, exibiu um capítulo destacando o relacionamento poliamor, onde Maura, uma mulher homossexual, decidiu manter relacionamento conjugal, ao mesmo tempo, com a antiga companheira (Selma) e com o colega de trabalho (Ionan), pai biológico do bebê que está esperando, cuja gravidez foi contraída por meio de inseminação artificial.

Cobrada a tomar uma decisão sobre com quem ela ficaria, depois de ouvir os conselhos da irmã (Rosa), que era uma garota de programa, reuniu a mulher e o homem e propôs manter o triângulo amoroso, sendo a proposta prontamente aceita.

Maura justificou que ama intensa e igualitariamente os dois e, como não quis abrir mão da parceira e do parceiro, ela decidiu ficar com ambos.

O relacionamento poliamor não tem nada de moderno, pois tal prática remonta às histórias amorosas da Grécia e Roma Antigas – onde muitos filósofos e imperadores eram homossexuais e, simultaneamente, mantinham relacionamento amoroso com uma mulher e um homem – e até dividiam o mesmo teto e passeavam livremente de mãos dadas pelas vias públicas.

Alguns autores defendem que o “triângulo amoroso” fazia parte da cultura greco-romana e, por isso, era considerada uma prática normal.

Para os autores mais focados na preservação do modelo de família tradicional, “na Grécia e Roma Antigas existia a cultura da depravação, onde era normal a prática da promiscuidade”.

Para quem nunca ouviu falar neste vocábulo, poliamor é a prática, o desejo de ter mais de um relacionamento íntimo simultaneamente com o conhecimento e consentimento de todos os envolvidos.

No campo da espiritualidade, tendo como referência as Sagradas Escrituras, o Velho Testamento narra que a opção por dois ou mais relacionamentos conjugais foi praticada por alguns homens tementes a Deus, a exemplo de Lameque, Abraão, Jacó, Davi, Salomão, os quais sofreram as consequências da bigamia e/ou poligamia, já que, por ter o livre arbítrio, cada indivíduo paga um preço por suas escolhas.

Contudo, no Novo Testamento, sob a doutrina fundamentada em Cristo, Timóteo (3:2,12) e Tito (1:6) orientam que o homem deve ser “marido de uma só esposa”, como uma das qualificações para liderança espiritual. Assim sendo, a monogamia se apresenta como o plano que mais se adequa ao projeto ideal de Deus para o casamento, seguindo as regras do cristianismo.

Todos sabem que um triângulo amoroso refere-se a uma relação amorosa que envolve três pessoas – o que pode implicar que duas dessas pessoas estejam romanticamente ligadas a uma mesma pessoa ou, mesmo, que cada um sinta algo semelhante pelos outros dois.

  1. com mais de um esposo ou esposa – bigamia, poligamia, poliandria – faz parte da cultura de algumas tribos e povos, incluindo países árabes e africanos.

A poliandria é rara, mas existe. Na tribo Zoe, região brasileira do Pará, uma mulher pode ter vários maridos, incluindo jovens aos quais ensina as artes necessárias para que se tornem bons esposos, em troca de peças de caça para alimentar a restante família.

O povo Nyinba, no Nepal, pratica a poliandria fraterna – quando uma mulher se casa com um homem, ela também se casa com os seus irmãos. Todos têm igual acesso sexual à esposa e toda a família cuida das crianças, embora reconheçam cada irmão como pai de uma determinada criança. Este tipo de estrutura matrimonial concentra a riqueza e os recursos dos irmãos na família e também as terras e riquezas de seus pais.

No Brasil, essa “modernice relacional” tem gerado muita polêmica porque não faz parte da cultura da nação brasileira.

A Associação de Direito de Família e das Sucessões (ADFAS) defende a proibição da lavratura de escritura pública de relações baseadas no poliamor como união estável, que, no Brasil, se equipara ao casamento. A associação argumenta que a legislação brasileira não tutela uniões desse tipo. No pedido, a entidade cita que a Constituição Federal (Artigo 226, §3º) e regras infraconstitucionais estabelecem que a monogamia é essencial ao reconhecimento de união estável.

Exibida em horário considerado acessível às crianças e pré-adolescentes, a “novela das nove”, Segundo Sol, foi escrita por João Emanuel Carneiro, com colaboração de Márcia Prates, Fábio Mendes, Lilian Garcia e Eliane Garcia, e tem direção de Cristiano Marques, Noa Bressane, Marcelo Zambelli, Ricardo Spencer e Carla Bohler, com direção geral de Maria de Médicis e direção artística de Dennis Carvalho.

Para muitas famílias com crianças e pré-adolescentes em seus núcleos, a novela, por mostrar cenas que podem influenciar no comportamento dos menores, poderia ser exibida em horário a partir das 23 horas, para evitar que crianças e pré-adolescentes não pudessem assistir, já que provavelmente estariam dormindo.

Só assim, as nossas crianças seriam poupadas dos influxos nocivos de garotos e garotas de programa (à disposição na “firma de prostituição” da cafetina Laureta), bem como, do triângulo amoroso vivido por Maura (que é uma policial), além do incesto praticado por Laureta, que no passado manteve relação sexual com o próprio irmão (Remy).

Contudo, pelo visto, a Rede Globo de Televisão não está preocupada em poupar as crianças e as famílias desta “modernice” rebuscada na Antiga Grécia e na Antiga Roma. A direção Global somente está preocupada em conquistar maior audiência e faturar muito dinheiro de seus patrocinadores.

Sou radicalmente contra quaisquer tipos de discriminações contra homossexuais, pois qualquer que seja a opção sexual de uma pessoa deve ser respeitada porque faz parte da liberdade de escolha do cidadão. Contudo, essa escolha deve ser feita com consciência e responsabilidade, para evitar constrangimentos futuros perante a sociedade.

  1. especialista em Terapia de Família, formado pela UCAM, tenho defendido que as crianças e os pré-adolescentes precisam ser blindados do induzimento midiático, principalmente quando são abordados temas que cabem exclusivamente aos adultos, a exemplo de relação sexual e relacionamento conjugal.

Jamais negarei pertencer à corrente defensora da preservação do modelo de família tradicional, responsável por promover a educação dos filhos e influenciar o comportamento dos mesmos no meio social.

Por isso, defendo intransigentemente que para as nossas crianças e pré-adolescentes sejam transmitidos conteúdos que não as amadureçam precocemente e tampouco as levem a sofrer as consequências drásticas de uma prematura tomada de decisão.

Com base nestes princípios, defendo que as nossas crianças sejam protegidas da devastadora perversão dos tempos hodiernos.

E se em defesa da família posicionar-se a sociedade, certamente evitar-se-á que seres ingênuos sejam transformados em adultos maliciosos, frustrados e infelizes, vulneráveis à prática do suicídio como um meio de fuga para os seus problemas.

 

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