Acelerado após derrota, Bernardinho reclama de horário e 'atropela' até tradutora dos EUA

O técnico Bernardinho deixou o Maracanãzinho bastante irritado com a derrota do Brasil para os Estados Unidos por 3 a 1, pela terceira rodada do vôlei masculino dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em confronto realizado nesta quinta-feira.

Além do revés, o treinador estava incomodado por um lance ocorrido no segundo set, quando o Brasil pediu desafio em um ponto americano, mas a arbitragem mostrou a jogada errada. E sobrou até para a tradutora dos Estados Unidos, que foi "atropelada" por Bernardinho.

"Precisa que traduza?", perguntou Bernardinho, ao responder a primeira pergunta, de um jornalista estrangeiro, que indagou em língua portuguesa mesmo. E, antes que alguém se manifestasse, o próprio Bernardinho começou a responder em inglês. A tradutora ficou sem graça, e o técnico continuou a falar, bastante contrariado. Uma amostra de como o brasileiro estava ainda acelerado com a partida que havia acabado minutos antes.

"Um pontinho ali, outro aqui, teve um desafio lá, faz parte", disse pouco depois, referindo-se ao lance na segunda parcial, quando o Brasil vencia por 14 a 9 e sofreu um ponto. A seleção pediu desafio por invasão do americano Christenson, mas a arbitragem entendeu que o challenge foi dado em uma bola anterior, um bloquei americano legal.

Resultado? O que seria um 15 a 9 a favor do time de Bernardinho, virou um 14 a 10, aí os EUA acabaram vencendo esse segundo set, de virada. E o treinador comentou sobre a vantagem desperdiçada.

"É preocupante. Era uma parcial decisiva, poderia mudar a história da partida, tomamos um ace em saque forte no miolo de quadra. Tomamos um ace na linha apenas. Quando escapa para linha, escapa, não foi mira, então no fim do set foram uma ou duas bolas e não conseguimos manter a vantagem. Não podemos tirar o pé, forçar o saque é importante, acho que são situações diferentes por como as viradas se deram e preocupante não conseguir fechar quando se tem uma pequena vantagem como aquela", desabafou.

E não parou por aí. O técnico, mais uma vez, esbravejou contra os horários dos jogos do Brasil, sempre às 22h35 e acabando somente após 00h.

"Só conseguimos treinar à noite, um desgaste como esse, que horas vão dormir essa noite? Temos que ter energia. Quando se joga de manhã, tem tempo para fazer outras coisas, mas essa hora, não tem. Amanhã vamos treinar recepção e saque, para acertar mais, o jogo é muito tarde, mas a chance que temos amanhã é trabalhar aqueles que não jogaram muito e trabalhar o passe", apontou Bernardinho.

Com duas vitórias e uma derrota em três partidas, a seleção brasileira volta à quadra do Maracanãzinho no sábado, diante da líder Itália, novamente às 22h35.