POLÍCIA

Acusado de matar dono do Maikai é condenado a 29 anos de prisão.

Ele foi condenado a 28 anos pelo crime de homicídio e mais um ano quatro meses e doze dias pela fraude processual.


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  Fonte: G1

Marcelo Carnaúba foi condenado a 29 anos de prisão pela morte de Guilherme Brandão, dono do Maikai

Marcelo Carnaúba foi condenado a 29 anos de prisão pela morte de Guilherme Brandão, dono do Maikai   Foto: Anderson Macena/MP

Postado em: 14/06/2019 às 19:53:51

Marcelo dos Santos Carnaúba, acusado de matar Guilherme Brandão, o dono da Choparia e do Show Bar Maikai, foi condenado, na noite desta quinta-feira (13), a 29 anos quatro meses e doze dias. O julgamento, que começou na manhã desta terça, foi conduzido pelo juiz Geraldo Amorim.

Ele foi condenado a 28 anos pelo crime de homicídio e mais um ano quatro meses e doze dias pela fraude processual.

Durante o depoimento, Carnaúba falou sobre a falsa versão de assalto que deu quando a polícia foi acionada para a ocorrência, em fevereiro de 2014.

Umas das testemunhas ouvidas no julgamento foi a ex-esposa de Guilherme Brandão, mãe dos filhos dele. Elas contou que os filhos ainda choram a morte do pai.

Marcelo Carnaúba foi preso em 2014, dias após o crime. Ele continuou preso até o dia do julgamento.

Em entrevista ao G1 o pai da vítima, José Eutímio Brandão, falou da falta do filho.

"Nós lidamos há 5 anos, 3 meses e 18 dias com a falta dele. Eu confio primeiramente em Deus e em segundo lugar na Justiça alagoana. Tem sido muito severo. Tenho uma saudade muito grande da vida que nós levávamos, da maneira que meu filho vivia. Temos que pedir a Deus, a clamar por Justiça", disse Eutímio Brandão.

O Ministério Público pediu condenação máxima para Carnaúba. "O MP defende a tese de homicídio qualificado, ele cometeu o crime para encobrir as fraudes na empresa. A vítima foi morta com um tiro na nuca, sem chances de defesa. Ele também fraudou a cena do crime e fez o retrato falado de autores do crime que nunca existiram", disse o promotor Leonardo Novaes Bastos.

A tese da defesa, feita pelo advogado Raimundo Palmeira, foi de que o crime não foi premeditado, nem cometido para ocultar desvios financeiros. "As transferências da empresa para Marcelo eram pagamentos por compras realizadas no cartão do réu", afirmou.

Corpo de Guilherme Brandão foi encontrado dentro do escritório de sua empresa. — Foto: Reprodução/Facebook
Corpo de Guilherme Brandão foi encontrado dentro do escritório de sua empresa. — Foto: Reprodução/Facebook

Crime

O empresário Guilherme Paes Brandão, 39 anos, foi morto em 26 de fevereiro de 2014, dentro da casa de shows, que fica no bairro da Jatiúca, parte baixa da capital.

A princípio, as informações sobre o caso davam conta de que dois homens haviam entrado armados no estabelecimento, atiraram no empresário e fugiram levando cerca de R$ 2 mil.

Dias depois, no entanto, Marcelo Carnaúba, que era gerente administrativo e financeiro do local, confessou a autoria do crime. À polícia, ele disse que havia comprado uma arma no bairro do Tabuleiro e, após uma discussão no escritório, atirou contra Brandão.

Investigações concluíram que o réu estava desviando dinheiro dos negócios, até que foi descoberto pelo empresário, que ameaçava denunciá-lo à polícia. Pressionado, o gerente armou a morte do patrão de forma a parecer um assalto.

Ainda de acordo com as investigações, o gerente teria ligado o gerador da casa de shows para evitar que alguém ouvisse o disparo. Ele retornou ao escritório e atirou após ser empurrado por Brandão para fora da sala.

“Já dentro da sala, Brandão foi atingido por um disparo de arma de fogo na região da nuca, o que nos fornece a certeza de que o empresário recebeu o ataque nas costas e pelas costas, vale dizer, por traição e de forma a não ter qualquer chance de defesa”, disse um trecho da denúncia do MP.

Em 2015, a defesa do réu entrou com um pedido de habeas corpus, que foi negado pela Justiça.

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