BLOGS

Pão de Açúcar: Ponto de Vista sobre as próximas eleições municipais e seus pretensos candidatos a prefeito

A Pão de Açúcar que temos e a Pão de Açúcar que queremos


icon fonte image

  Fonte: Por Helio Fialho

Os quatro pretensos candidatos a prefeito

Os quatro pretensos candidatos a prefeito   Foto: Reprodução/NQ/Redes Sociais

Postado em: 18/04/2024 às 20:26:09

Em Pão de Açúcar, para as eleições municipais 2024, o cenário de disputa já começa a ser montado com manifestações de alguns pretensos candidatos. Contudo, somente a partir das convenções partidárias e registros de candidaturas, no período entre 15 de julho e 5 de agosto, os partidos estarão deliberando sobre a escolha de candidatas e candidatos à Prefeitura Municipal,  bem como ao cargo de vereador, em conformidade com a Lei Eleitoral. Definidas as candidaturas, as agremiações têm até 15 de agosto para registrar os nomes na Justiça Eleitoral.

E como pré-candidatos a prefeito, quatro nomes já aparecem nas redes sociais e nas rodas de conversas: Jorge Dantas (MDB), Aldo Rosa (PL), Padre Henúbio (PT)  e Flavinho Almeida (PP).

Jorge Dantas, atual gestor, tentará sua reeleição para assumir o seu quinto mandato, representando, assim, o continuísmo, já que tomou posse para o seu primeiro mandato, em 1º de janeiro de 1997 e até hoje permanece como o líder político mais forte da cidade.

Para quem não sabe, Jorge Dantas permanece no poder desde 1º de janeiro de 1993, quando tomou posse como vice-prefeito de Cacalo e logo foi nomeado como Chefe de Gabinete do  Prefeito. De lá para cá, ou seja, já com 31 anos na condição de líder-mor da política pão-de-açucarense, é muito natural que seja atribuído a ele o grande retrocesso que atingiu o município, que nunca atraiu uma indústria ou uma empresa de grande porte para promover o desenvolvimento tão sonhado pela população durante estas  três décadas. E por este motivo, faltam emprego e renda para os moradores, principalmente para os jovens que são obrigados a mudar-se para outras cidades em busca de sobrevivência.

Nesses 31 anos de comando político do atual gestor, Pão de Açúcar não conseguiu consolidar seu desenvolvimento turístico e tampouco a Prefeitura implantou um amplo projeto de agricultura irrigada com água bruta vindo diretamente do rio São Francisco, para tornar o município autossuficiente na produção de frutas, verduras, cereais e alguns de seus derivados. 

Sem dúvida, estas ações teriam dado um grande impulso para tirar o município do atraso. Contudo, Jorge Dantas preferiu continuar praticando a desastrosa “política do pão e circo”, mantida no Sertão pelos coronéis da política. É claro, com a conivência de eleitores que fazem do voto uma mercadoria eleitoreira e, por isso, eles mantém o circulo vicioso que faz preservar o chamado curral eleitoreiro em Pão de Açúcar.

Não há como negar que os dois primeiros mandatos de Jorge Dantas foram repletos de projetos e ações voltadas para a coletividade, a exemplo do Pimentão Orgânico (Ilha do Ferro); Banco do Povo, Banco de Sementes; Laboratório de Alevinos; construção de Casas Populares; Fortalecimento da Art-Ilha através do PRONAGER e Sebrae; realização de Torneios Leiteiros, apoio financeiro às associações comunitárias rurais; construção de obras de calçamento, nas zonas urbana e rural; criou o projeto Prefeitura Itinerante; instalou água encanada em comunidades rurais, além de outras ações que, com o passar dos anos, não tiveram as manutenções necessárias e hoje são consideradas obsoletas.  

A partir de seu terceiro mandato, Jorge Dantas passou a adotar práticas políticas ligadas aos antigos coronéis do Sertão, visando unicamente sua perpetuação no poder. Hoje sua prática política ultrapassada juntou-se à indesejada venda do SAAE e ambas vêm provocando grande desgaste político, sendo sua grande rejeição apontada em algumas pesquisas encomendadas por alguns políticos interessados. E só será possível ser confirmada através das urnas, no dia 06 de outubro. Mas, se as urnas não confirmarem sua rejeição, ele será reeleito e cumprirá seu quinto mandato de prefeito e sua façanha poderá ficar registrada na história política de Pão de Açúcar.

Mas há quem aposte que o atual gestor não terá condições de disputar as próximas eleições ou de assumir seu quinto mandato, caso saia vencedor da disputa, já que denúncias contra ele estão sendo feitas nas redes sociais e, também, estão sendo formuladas aos órgãos fiscalizadores (MPE, MPF, TCE, TCU, CGU) e, até mesmo, à Polícia Federal, sobre superfaturamento de obras, desvio de dinheiro público e outras improbidades. Se tais denúncias (feitas por alguns de seus concorrentes) forem apuradas e provadas, o atual gestor, certamente, estará em maus lençóis. Se não conseguirem provar nada do que estão acusando-o, mais uma vez, ele ficará como "vítima de falsas acusações". E não tem como negar que essas acusações desagradáveis são consequências da perpetuação no poder e da inaceitação de alternância de gestores para administrar o Executivo Municipal, em Pão de Açúcar.

Nos bastidores, comenta-se, também, uma possível candidatura do ex-prefeito Flavinho Almeida (PP), que saiu vitorioso na disputa eleitoral, em 2016, foi empossado em 1º de janeiro de 2017, renunciou ao mandato, no dia 16 de dezembro de 2019, prestes a completar três anos no comando da Prefeitura de Pão de Açúcar, em seu primeiro mandato, perdendo, assim, a chance de tornar-se o líder maior da política pão-de-açuacarense.

É claro que não podemos deixar de reconhecer que a Saúde e a Educação funcionaram de forma extraordinária durante sua gestão. Na farmácia da Unidade Mista Dr. Djalma Gonçalves dos Anjos e nos postos de saúde houve grande e ininterrupta distribuição de medicamentos aos pacientes e várias especializações médicas foram contratadas e disponibilizadas para a população. Flavinho, também, acabou com o lixão a céu aberto, exposto à margem da rodovia AL-130 (no antigo aterro sanitário); conseguiu tirar o município do CAUC (uma espécie de SPC das prefeituras); construiu a primeira fase da obra de revitalização da orla fluvial, incluindo seis quiosques padronizados; conseguiu pagar o salário dos servidores municipais dentro do mês trabalhado, compromisso que os outros prefeitos só conseguiam fazer no dia 10 do mês subsequente; realizou o projeto Mutirão de Caminhões-pipa; realizou um concurso público para as diversas categorias, com o objetivo de preencher vagas existentes na Prefeitura e em suas secretarias; promoveu  cursos profissionalizantes para famílias de baixa renda, incluindo capacitações para a produção e a comercialização de alimentos; além de outras obras.

Mas foi durante a sua gestão, que o setor responsável pelo pagamento aos fornecedores foi muito incompetente, não funcionou a contento, atrasou demasiadamente pagamentos e massacrou o comércio local, por conta do excesso de burocracia e, principalmente, pelo grande descaso provocado por alguns de seus assessores (comissionados), que moravam em outras cidades e não tinham a sensibilidade suficiente para sentir o sofrimento dos credores que precisavam receber seus pagamentos em dia, para quitarem suas contas. Aliás, um dos erros cometidos por Flavinho foi contratar muita gente de fora para cargos comissionados (não estou me referindo aqui sobre a escolha do secretariado, pois alguns secretários nomeados realizaram excelente trabalho).

Não há como negar que a gestão do prefeito Flavinho foi um período de sofrimento e desestímulo para o comércio local, que ficou quase sem movimento. Esse descaso, com certeza, as pessoas que sofreram na pele jamais vão esquecer.

E agora, sem organizar e sem estruturar a oposição, na condição de líder maior deste grupo, depois de deixar o barco à deriva e ter praticamente abandonado os dois vereadores da oposição ao governo municipal (Diomedes e Tereza Brito), além de tantos outros apoiadores, agora, de última hora, ele a acenar para voltar à disputa, o que não será fácil para um candidato que  prefere somente confiar no poder do dinheiro e, por este motivo,  menosprezou importantes aliados e não se reuniu com a população para ouvir reclames e discutir propostas para o seu pretenso programa de governo.

É lógico que diferentemente da sua primeira disputa, o discurso de Flavinho não terá tanto efeito positivo porque deixou de ser novidade e a credibilidade política ficou comprometida, já que muitas de suas promessas de campanha não foram cumpridas  (a exemplo da indústria de cerâmica), além de o mesmo  carregar em seu currículo uma renúncia de mandato, cujo motivo não considero uma armação e sim uma precipitação, já que uma doença foi a motivação.

Por conta destes e outros fatores, sua situação política é muito diferente da primeira vez que disputou na condição de “sangue novo”.

Outro empecilho a ser enfrentado por ele é o fato de o atual gestor, que é o seu principal desafeto político, também ter muito dinheiro para gastar durante a campanha eleitoral e, por isso, impedirá que alguns vereadores aliados e outros cabos eleitorais o traiam.

Diante desta realidade, a partir de agora, é bem provável que Flavinho venha se reaproximar dos eleitores e simpatizantes, já que está precisando deles. E se ele decidiu disputar, na condição de candidato a prefeito, certamente investirá altíssima quantia e, com certeza, encontrará não poucos interessados em dinheiro para apoiá-lo. E isso ele já provou que sabe fazer muito bem, pois conseguiu filiar no PP uma quantidade grande de pessoas. O interessante de tudo isso é que quando se fala numa possível candidatura de Flavinho, seus cabos eleitorais já enxergam dinheiro entrando em seus bolsos. E o próprio Flavinho sabe que é assim porque ele confia muito na força do dinheiro e sabe que em Pão de Açúcar o povo gosta de grana em época de eleição.

Sinceramente, não acredito que Flavinho venha colocar seu nome na disputa. Acredito que ele indicará outro nome, embora seus aliados mais íntimos apostem que ele será mesmo candidato e disputará usando toda a sua força e influência. Até porque candidatar-se é um direito que o assiste.

Eu sempre afirmo que, como pessoa, Flavinho Almeida é um cidadão decente; um dos melhores advogados tributaristas do Nordeste; um empresário de muito sucesso, porém, como político, na minha opinião, ele deixa muito a desejar e precisa aprender a melhorar suas deficiências que, para ele pode ser vista como autossuficiência.

Nessa quarta-feira (17), o petista Reginaldo Lira, um dos homens mais influentes do partido no estado de Alagoas, declarou seu apoio à candidatura a prefeito do Padre Henúbio (PT), vindo esta a ser oficializada nos próximos meses, quando o Partido dos Trabalhadores estará realizando a sua convenção municipal.

Para quem não sabe, o Padre Henúbio é um filho de Pão de Açúcar que, ao ordenar-se padre, passou a atuar em paróquias do estado de São Paulo. Com ideologia voltada para a esquerda, filiado ao PT, seu sonho é ser eleito para comandar a Prefeitura de sua terra natal e, assim, colocar em prática seus projetos voltados para o engrandecimento do município no qual nasceu, cresceu, estudou e ainda tem sua família residindo, sendo este o principal motivo de suas constantes visitas ao torrão natal.  

Entretanto, apesar de Reginaldo Lira ter declarado apoio ao Padre Henúbio, muita gente está duvidando e até aposta que o PT coligar-se-á ao MDB em prol do nome de Jorge Dantas, já que é quase impossível uma aliança entre PT e PL para disputar as eleições municipais. Outro fator que pode viabilizar esta possível aliança (MDB e PT) é a incontestável influência do senador Renan Calheiros (MDB) e do próprio governador Paulo Dantas (MDB), sendo o chefe do Executivo de Alagoas primo do atual gestor.

Aldo Rosa, estreante na política, hoje representa o sangue novo com propostas inovadoras, objetivando desenvolver o município, tirando-o da decadência, na qual se encontra mergulhado há muitos anos.  

Para muitos pão-de-açucarenses, os quais são contrários à disputa eleitoral através da compra de votos, caso seja mesmo confirmado o nome do advogado e servidor público federal Aldo Alves Rosa, após a convenção partidária do Partido Liberal (PL), ele terá que enfrentar “os dois homens da mala preta”, isto é, dois candidatos a prefeito, milionários, que atuam com o mesmo modus operandi (comprando votos), durante a campanha eleitoral, cuja prática é considerada crime eleitoral e, por este motivo, ambos podem ser denunciados à Justiça Eleitoral, pelo próprio Aldo Rosa, quando for oficializada a disputa rumo à Prefeitura Municipal de Pão de Açúcar e quando a compra de votos começar.

Contrário à velha e ultrapassada política da compra de votos e de corrupção, que é a grande responsável pelo atraso de Pão de Açúcar, Aldo Rosa, jovem competente, destemido e visionário, nesta disputa eleitoral está sendo comparado a Davi contra Golias.  E, por isso, ele e seus apoiadores descartam a expressão “terceira via” e preferem dizer “primeira via”, pois, segundo eles, a candidatura de Aldo Rosa será a única alternativa para o desenvolvimento de Pão de Açúcar, já que vem trazendo propostas inovadoras, desafiadoras, corajosas e progressistas.

Para quem não sabe, Aldo Rosa é um cristão praticante que, ao lado de sua esposa Ivone, que é professora, tem realizado um trabalho voltado para salvar casamentos quando casais se encontram com ruptura relacional. E é praticando esta mesma fé e alimentando esta mesma esperança que Aldo Rosa se sente como Davi, que enfrentou o gigante Golias e venceu.

No Salmo 20, versículo 7, está escrito: “Uns confiam em carros, e outros, cavalos, mas nós faremos menção do nome do Senhor nosso Deus”. O significado desta frase é que algumas pessoas colocam sua confiança em suas próprias habilidades e recursos materiais, enquanto outras colocam sua confiança em Deus.

Certamente, Aldo Rosa não é um milionário, além de posicionar-se contrário à compra de votos e a atos desonestos, mas é um homem capacitado, que se sente preparado para tirar Pão de Açúcar desse marasmo – porque ele tem fé, confiança em Deus e sempre exalta o nome do Senhor.

Agora, só resta aos eleitores pão-de-açucarenses fazerem uma séria reflexão sobre Pão de Açúcar que temos e Pão de Açúcar que queremos!

Em Pão de Açúcar, bom mesmo seria que PL e PT deixassem de lado a rivalidade nacional com seus posicionamentos ideológicos e seus respectivos candidatos unissem forças e somassem esforços, já que representam “o novo”, objetivando tirar o município da dantesca decadência – porque a terra dos extintos guerreiros Urmarys, para ser colocada no prumo e conquistar o desenvolvimento tão dsejado pela população, não precisa de ideologia partidária e sim de políticas públicas eficientes e de um prefeito que ame verdadeiramente esta plaga e administre-a com honestidade e transparência, respeitando seus moradores, dedicando-se ao zelo do patrimônio público e cuidando dos recursos financeiros com responsabilidade e lisura..   

Torçamos para que esta campanha eleitoral que se aproxima não seja de baixo nível, com mentiras; com agressões pessoais e ataques a membros das famílias dos respectivos candidatos – porque a população de Pão de Açúcar já sofreu demais e não merece ouvir baixarias.

Comentários

Escreva seu comentário
Nome E-mail Mensagem

  • Maria Gisberga dos Anjos 18 de Abril de 2024 Boa noite , tantos anos com mesmo gestor e a cidade não evoluiu em nada, pelo contrário. Lamentável!