Morre, aos 80 anos, o comunicador pão-de-açucarense Flávio Ameida da Silva

Morreu, por volta das 5 horas da madrugada deste sábado (25),  em Maceió, aos 80 anos de idade, o comunicador pão-de-açucarense Flávio Almeida da Silva, conhecido popularmente como “Flaviola”.

Segundo informações do filho, ex-prefeito de Pão de Açúcar, Flávio Almeida da Silva Júnior, seu pai encontrava-se internado no HAPVIDA, onde veio a falecer, em consequência de várias enfermidades, incluindo Parkinson, problemas renal e  respiratório, além de forte depressão.  (NÃO FOI COVID).

O corpo será velado, a partir da tarde deste sábado, na capela do Cemitério São Francisco de Assis, em Pão de Açúcar, de onde será conduzido para sepultamento, às 17 horas, neste mesmo cemitério.

Pioneiro

Nascido no histórico Povoado Meirus, zona rural de Pão de Açúcar, Flávio Almeida da Silva deu grande contribuição para o engrandecimento de Pão de Açúcar. Ele foi um dos pioneiros da comunicação da Terra de Jaciobá. Nos idos de 1960 fazia coberturas de jogos de futebol, no “Campo de Cima” e, em 1976, já no Estádio Antônio Gomes Pascoal (Pascoalão), ele criou uma equipe esportiva para fazer transmissão dos jogos do Centro Sportivo Internacional, convidando seus amigos Valcir Pinto Gusmão (já falecido) e Yvan Fialho.

Nos idos de 1970, instalou um escritório de Contabilidade (ETECA), gerando emprego para jovens da cidade, além de contribuir com o comércio local.

Também foi um dos pioneiros na área de filmagens, onde realizava gravações e coberturas de festas e outros eventos sociais, além de entrevistas com personalidades locais, deixando um rico acervo cultural para a terra natal.

No fim dos anos de 1980 e início dos anos 2000, estreou seu programa matinal “Bom dia Trabalhador” (depois “Coisas Nossas”), na Rádio Jaciobá FM, onde rodava músicas de artistas populares, destacando os estilos forró e sertanejo. Neste seu programa, realizou muitas entrevistas e lançou vários talentos musicais da região. Diante do grande sucesso alcançado, Flávio Almeida estendeu seu programa para a feira livre da cidade, às segundas-feiras, com o popular “Flávio na Feira”, destacando os artistas populares que compareciam à feira livre e aproveitavam para participar do programa, que era recheado de músicas, entrevistas e histórias pitorescas. Ele popularizou a frase “Tome música no seu pé do ouvido”.

Flávio Almeida, como locutor profissional de rádio, muito valorizou seus ouvintes e lia cada carta deles recebida.

Em 2014, lançou o livro “Rádio Jaciobá: versos e estórias dos ouvintes de Flávio Almeida”.  

Possuidor de uma versatilidade admirável, herdando a veia artística de “João da Rua” (seu pai) e Paulo da Rua (seu tio), Flávio foi um destacado amante das antigas serenatas e serestas pão-de-açuacrenses.

Formado em Administração Escolar (UFAL), ele foi o primeiro diretor da UNEX I, em Xingó; exerceu, nos idos do ano 2000, o cargo de secretário municipal de Educação de Pão de Açúcar; diretor municipal de Cultura; coordenador do Programa TV Escola; secretário da Associação da Associação dos Administradores Escolares de Alagoas (ADEAL).

No vasto currículo que possui, destacamos, ainda: recenseador (1960) no município de Monteirópolis; delegado do censo Comercial, em São José da tapera; tesoureiro da Prefeitura Municipal de Palestina (idos de 1960).

Outros cargos e funções  

Titular das firmas: Flaviola Propagandas e FLAFILMES, onde foi atuou como produtor do filme “Lampião, o Cavaleiro do Cangaço” (a também atuou como ator); foi guitarrista e baixista do conjunto “Alegres do Ritmo”; apicultor e pequeno pecuarista; membro da AMORC (Antiga e mística Ordem Rosa Cruz, tendo passado, também, por todos os graus (até o 33) administrativos e filosóficos da Maçonaria.

Em 2017, foi eleito imortal da Academia de Letras de Pão de Açúcar (ALEPA), porém, em razão de forte depressão que o acometia, não compareceu à solenidade de posse.

Possuidor de uma alegria contagiante, Flávio Almeida da Silva deixa uma lacuna impreenchível no seio da comuna pão-de-açuacarense. Sua falta será sentida para sempre pela família e pelos amigos.

Descanse em paz, amigo “Flaviola” – meu imortalizado companheiro de rádio e de congressos de radialistas!  

Flávio Almeida da Silva, possuidor de alegria contagiante.   Foto: Reprodução/Redes sociais

Congresso de Radialistas de Alagoas e Sergipe, em 21-11-1998.

Radialistas: Tânia Fialho, Helio Fialho, Marcos Guimarães e Flávio Almeida. Foto: Arquivo de Helio Fialho

Congresso de Radialistas de Alagoas e Sergipe, em 21-11-1998.  Foto: Arquivo de Helio Fialho

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O advogado e jornalista Yvan Fialho homenageia Flávio Almeida, no Facebook

Ao saber da notícia da morte de Flávio Almeida, o advogado e jornalista Yvan Fialho publicou um texto em homenagam ao falecido amigo.Leia abaixo.

Flávio o locutor que emocionava o estádio Pascolão na década de 70.

Yvan Fialho*

Em 1976, quando o nosso querido Centro Sportivo Internacional (CSI) jogava o fino da bola e atravessava uma fase maravilhosa com 27 partidas de invencibilidade, o Flávio Almeida da Silva, o nosso Flavioca, resolveu mostrar, através de um sistema de som com autofalante no Estádio Pascolão, todas as emoções da partidas por meio de sua equipe de esportes formada pelo próprio Flávio, eu (Yvan Fialho) e o comentarista Valci Pinto de Gusmão. A princípio eu seria o repórter, ele o narrador e Valci, o comentarista. E essa foi a formação por alguns jogos. Acontece, que um certo domingo, de jogo do Internacional contra o Maruinense, no intervalo da partida, o nosso amigo Flávio precisou ir "à casinha" na casa de um amigo, vizinho do campo, já que o estádio não tinha sanitário para o público e demorou mais que o previsto. O jogou recomeçou e como ele não veio para o segundo tempo, eu comecei a narrar a partida, naquele estilo da rádio Globo do Rio de Janeiro. Passado uns 20 minutos, ele apareceu meio pálido e pediu que eu continuasse. Ele então ficou comentando a arbitragem e Valci ficou com os comentários sobre o futebol, em si.

Terminada a partida, ele me disse:

- Yvan, daqui por diante vamos fazer assim: eu narro um tempo e você narra o outro.

E acrescentou: quando eu tiver narrando o primeiro tempo eu vou dizer "no segundo tempo vocês terão a narração de Yvan Fialho, o mais jovem locutor esportivo de Pão de Açúcar". E quando você narrar, fala assim: " no primeiro tempo vocês ouviram Flávio Almeida, o mais vibrante locutor esportivo da cidade".

Acho que esse foi o meu batismo no rádio que não era rádio e fez nascer uma paixão indescritível por esse veículo de comunicação apaixonante.

Flávio era assim. Uma pessoa generosa, dono de um senso de humor maravilhoso, cuja amizade tive a honra de desfrutar.

Siga em paz, meu amigo. Que Deus o acolha na Mansão Celestial e ilumine os seus caminhos na Eternidade e conforte o coração dos seus familiares.

(*Jornalista - 25/09/2021)

Será nome de escola

Ao saber da notícia da morte do amigo e educador Flávio Almeida da Silva, o deputado estadual Inácio Loiol  ligou para o titular desta página e lamentou o passamento daquele que, segundo o parlamentar alagoano, foi o primeiro diretor da UNEX I, em Piranhas, e realizou um brilhante trabalho. Inácio Loiola também afirmou que, na próxima sessão da Assembleia Legislativa de Alagoas, estará apresentando um projeto de lei que dá o nome do professor Flávio Almeida da Silva à UNEX I. "Será uma justa homenagem uma pessoa que foi seu primeiro diretor e, também, deu grande parcela de contribuição à educação alagoana e sertaneja", disse o deputado.

Flávio na Feira  e na Jaciobá FM - com sanfoneiros e regionais, além do público...

e dos diretores da emissora, naépoca,  José Vicente Neto e Cícero Alves da Silva. Foto: Reprodução/Arquivo de José

Vicente Neto.

Livro lpublicado pelo radialista Flávio Almeida da Silva, em 2014. - Foto: Reprodução/Helio Fialho

(Matéria atualizada às 16h47min do dia 25 de setembro de 2021).