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Contra padrões de gênero, mulheres raspam cabeça em praça de Maceió

Performance foi feita por estudantes de teatro na tarde desta segunda-feira (8). Trabalho foi registrado em vídeo e foto, onde posteriormente será feita uma exposição.


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  Fonte: Jonathan Lins, G1 AL

"Tire a minha moldura" foi um dos cartazes levantados durante ação   Foto: Jonathan Lins/G1

Postado em: 09/05/2017 às 07:54:37

Quebrar os padrões impostos pela sociedade em relação ao que é característico do gênero feminino. Esse foi o objetivo de estudantes do curso de teatro da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) durante uma performance realizada na tarde desta segunda-feira (8), no centro de Maceió.

Mulheres com roupas pretas carregando objetos como bonecas, panelas, bolsas e batons. Em silêncio, elas se posicionaram na praça Dom Pedro II, onde aos poucos começaram a chamar atenção de quem passava.


"Tire a minha moldura" foi um dos cartazes levantados durante ação (Foto: Jonathan Lins/G1)

 

Outras três, de branco, causaram mais estranhamento. De joelhos, tiveram seus cabelos pouco a pouco cortados, até ficarem carecas.

Segundo a idealizadora da apresentação nomeada de Sem Moldura, Rozebel Tenório, havia uma inquietude em relação aos padrões impostos pela sociedade em relação à mulher. "Há essa história de que mulher tem que usar rosa, mulher tem que usar salto alto, são muitas questões", explicou.


Cabelos foram raspados em ação de empoderamento à mulher (Foto: Jonathan Lins/G1)

 

Após o trio de branco ter a cabeça raspada, a performance passou a ser das mulheres de preto. Elas se dirigiram até o centro do palco da rua, onde começaram a remover os acessórios ditos como femininos e, logo após, se caracterizaram com trajes e objetos ditos como característicos do sexo oposto.

Boxeadora, jogadora de futebol, pedreira. Cada uma fez sua coreografia, algumas interagindo com a audiência, questionando o que a sociedade diz que só os homens podem fazer, e o que é determinado para as mulheres.

Apesar de ser composta principalmente por mulheres, a intervenção também teve a participação de homens do curso.


Mulheres participaram de ato contra padrões de beleza imposto pela sociedade (Foto: Jonathan Lins/G1)

 

"Achei comovente. Cortar os cabelos realmente foi algo incrível de se ver, foi o que me chamou mais atenção, me deixou espantado", falou o estudante Paulo Henrique dos Santos, 15.

Todo o trabalho foi registrado com fotos e filmagens pelo grupo e, como resultado prático, será montada uma exposição fotográfica. Além disso, os cabelos cortados durante a apresentação serão doados, segundo a idealizadora.


Mulheres rasparam cabelos em praça pública contra imposições sociais (Foto: Jonathan Lins/G1)

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