Brasil: 130 anos de República, Corrupção, Traição e Malandragem
A República do Brasil já teve início promovendo traição e roubalheira. E hoje, ao completar treze décadas, a ladroagem continua.

Marechal Deodoro da Fonseca... Foto: Reprodução/Google
Tudo começou com um golpe dado pelo alagoano Marechal Deodoro da Fonseca, que era amigo e homem de confiança do Imperador Dom Pedro II. O golpista exilou a Família Imperial e apoderou-se dos bens. A República do Brasil já teve início promovendo roubalheira. E hoje, ao completar treze décadas, a ladroagem continua.
Deodoro da Fonseca nasceu em 5 de agosto de 1827, na Vila de Alagoas da Lagoa do Sul,na antiga província homônima, hoje cidade que leva o nome de Marechal Deodoro. Ele era filho de Manuel Mendes da Fonseca (1785-1859) e Rosa Maria Paulina da Fonseca (1802-1873). Seu pai também foi militar, chegando à patente de tenente-coronel, e pertencia ao Partido Conservador. Em 1845, já era cadete de primeira classe. Em 1848, participou de sua primeira ação militar, ajudando na repressão da Revolta Praieira, insurreição promovida pelos liberais de Pernambuco.
Casou-se aos 33 anos, no dia 16 de abril de 1860, com Mariana Cecília de Sousa Meireles, considerada, pelos biógrafos, mulher educada, religiosa, modesta e prendada. O casal não teve filhos. Boatos da época diziam que Deodoro era estéril. Seu sobrinho, Hermes da Fonseca, que também chegou à presidência da república, era tratado por Deodoro como um filho.
Marechal Deodoro da Fonseca faleceu no dia 23 de agosto de 1892, em Barra Mansa, Rio de Janeiro. O sepultamento foi no Cemitério de São Francisco Xavier, no Rio de Janeiro. Eram seus irmãos: Hermes Ernesto da Fonseca, João Severiano da Fonseca, Severino Martins da Fonseca, Pedro Paulino da Fonseca, Hipólito Mendes da Fonseca, Eduardo Emiliano da Fonseca, Afonso Aurélio da Fonseca, Amélia Rosa da Fonseca e Emília Rosa da Fonseca.
Carreira militar
Em 1852, foi promovido a primeiro tenente. Em 24 de dezembro de 1856, recebeu a patente de capitão. Em dezembro de 1864, participou do cerco a Montevidéu, durante a intervenção militar brasileira contra o governo de Atanasio Aguirre no Uruguai. Pouco depois, o Uruguai, sob novo governo, juntamente com o Brasil e a Argentina, formariam a Tríplice Aliança, contra a ofensiva do ditador paraguaio Francisco Solano López.
Em junho de 1865, foi com o Exército brasileiro para o Paraguai, que havia invadido a província de Mato Grosso. Deodoro comandava o segundo Batalhão de Voluntários da Pátria. Seu desempenho no combate lhe garantiu menção especial na ordem do dia 25 de agosto de 1865. No ano seguinte, recebeu comenda no grau de cavaleiro da Imperial Ordem do Cruzeiro e, em 22 de agosto, a patente de major. Destacou-se por atos de bravura na Guerra do Paraguai. Em 18 de janeiro de 1868 foi promovido a tenente-coronel e, em 11 de dezembro do mesmo ano, recebeu a patente de coronel. Pelo decreto de 14 de outubro de 1874, Deodoro foi promovido a brigadeiro, patente equivalente ao atual general-de-brigada. Em 1885, tornou-se, pela segunda vez, comandante de armas da província do Rio Grande do Sul, cargo exercido juntamente com o de vice-presidente da província. Tornar-se-ia, depois, presidente interino dessa mesma província. Em 30 de agosto de 1887 recebeu a patente de marechal-de-campo.
Foi chamado de volta ao Rio de Janeiro, por seu envolvimento no confronto das classes armadas com o governo civil do Império, episódio que ficaria conhecido como a "Questão Militar", e por ter permitido que os oficiais da guarnição de Porto Alegre se manifestassem politicamente, o que era proibido pelo governo imperial. Chegando ao Rio, Deodoro foi festivamente recebido por seus colegas e pelos alunos da Escola Militar. Foi, então, eleito primeiro presidente do Clube Militar, entidade que ajudara a constituir, e passou a liderar o setor antiescravista do Exército.
Em 1888, Deodoro foi nomeado para o comando militar do Mato Grosso. Permaneceu no posto somente até meados de 1889, quando voltou para o Rio de Janeiro, pois não aceitava, como presidente da província, o coronel Cunha Matos, o mesmo que, quando capitão, tinha sido o pivô da detonação da Questão Militar, e com quem tinha desavenças.
Em 1889, foi criado, pelo Decreto nº 10 222, de 5 de abril de 1889, o Estado-Maior Geral da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, que teve, como primeiro chefe, o marechal Hermes da Fonseca. O presidente da república, na época, era o marechal Deodoro da Fonseca e o comandante geral da corporação, o coronel Antônio Germano de Andrade Pinto. O EMG é o Órgão de Direção Geral responsável pelo estudo, planejamento, coordenação, controle e fiscalização das questões básicas de organização, ensino, instrução, administração e emprego da Polícia Militar.
A Proclamação da República
A despeito da intensa propaganda republicana, a ideia da mudança de regime político não ecoava no país. Em 1884, foram eleitos, para a Câmara dos Deputados apenas três republicanos, entre eles os futuros presidentes da República Prudente de Morais e Campos Sales. Na legislatura seguinte, apenas um conseguiu ser eleito. Na última eleição parlamentar realizada no Império do Brasil, a 31 de agosto de 1889, o Partido Republicano só elegeu dois deputados.
Percebendo que não conseguiriam realizar seu projeto político pelo voto, os republicanos optaram por concretizar suas ideias através de um gole militar. Para tanto, procuraram capitalizar o descontentamento crescente das classes armadas com o governo civil do Império, desde a Questão Militar. Precisavam, todavia, de um líder de suficiente prestígio na tropa, para levarem a efeito seus planos.
Foi assim que os republicanos passaram a aproximar-se de Deodoro (amigo do imperador), procurando seu apoio (sem sua participação direta, segundo diversas fontes Históricas), para um golpe de força contra o governo imperial de Dom Pedro II. O que foi difícil, visto ser, Deodoro, homem de convicções monarquistas, que declarava ser amigo do imperador Dom Pedro II e lhe dever favores. Dizia, ainda, Deodoro, querer acompanhar o caixão do velho imperador.
Em 14 de novembro de 1889, os republicanos fizeram correr o boato, absolutamente sem fundamento, de que o governo do primeiro-ministro liberal Visconde de Ouro Preto havia expedido ordem de prisão contra o marechal Deodoro e o líder dos oficiais republicanos, o tenente-coronel Benjamin Constant. Tratava-se de proclamar a República antes que se instalasse o novo parlamento, recém-eleito, cuja abertura estava marcada para o dia 20 de novembro.
A falsa notícia de que sua prisão havia sido decretada foi o argumento decisivo que convenceu Deodoro finalmente a levantar-se contra o governo imperial. Pela manhã do dia 15 de novembro de 1889, o marechal reuniu algumas tropas e as pôs em marcha para o Centro da cidade, dirigindo-se ao Campo da Aclamação, hoje chamado Praça da República. ]Penetrando no Quartel-General do Exército, Deodoro decretou a demissão do Ministério Ouro Preto – providência de pouca valia, visto que os próprios ministros, cientes dos últimos acontecimentos, já haviam telegrafado ao imperador, que estava em Petrópolis, pedindo demissão. Ninguém falava em proclamar a República, tratava-se apenas de trocar o Ministério, e o próprio Deodoro, para a tropa formada diante do Quartel-General, ainda gritou um "Viva Sua Majestade, o Imperador!" Enquanto isso, Dom Pedro II, tendo descido para o Rio de Janeiro, em vista da situação, reuniu o Conselho de Estado no paço Imperial e, e, depois de ouvi-lo, decidiu aceitar a demissão pedida pelo Visconde de Ouro Preto e organizar novo Ministério.
Os republicanos precisavam agir rápido, para aproveitar os acontecimentos e convencer Deodoro a romper de vez os laços com a monarquia. Valeram-se de outra notícia, essa verdadeira, pois chegou-se a enviar telegrama oficial nesse sentido. Quintino Bocaiuva e o Barão de Jaceguai mandaram um mensageiro a Deodoro, para informar-lhe que o novo primeiro-ministro, escolhido pelo imperador, seria Gaspar Silveira Martins, correligionário liberal do visconde deposto e político gaúcho com quem o marechal não se dava, por terem disputado o amor da mesma mulher na juventude. Assim, Deodoro foi convencido a derrubar o regime.
Pelas três horas da tarde, reunidos alguns republicanos e vereadores na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, foi lavrada uma ata, sob os auspícios de José do Patrocínio, o qual, líder abolicionista e homem de imprensa, fora um dos mentores da Guarda Negra e jurara defender a pessoa da subscritora da Lei Áurea e garantir-lhe o trono (num de seus atos típicos de súbita mudança de posição), declarando solenemente proclamada a República no Brasil, que foi levada ao marechal Deodoro.
À noite do dia 15, o imperador encarregou o conselheiro José Antonio Saraiva de presidir o novo ministério. O novo Presidente do Conselho de Ministros (do Partido Conservador - o mesmo de Deodoro) dirigiu-se por escrito ao marechal, comunicando-lhe a decisão do imperador, ao que respondeu Deodoro que já havia concordado em assinar os primeiros atos que estabeleciam o regime republicano e federativo.
Diante da recusa do imperador em reagir militarmente para sufocar o golpe, como instavam a princesa Isabel e o seu consorte, o Conde D'Eu, fez-se a República no Brasil, diante da surpresa generalizada do êxito da quartelada.
Na noite de 15 de novembro de 1889, foi constituído o Governo Provisório da República recém-proclamada, tendo como chefe o marechal Deodoro, com poderes ditatoriais. O ministério foi composto de republicanos históricos, como Campos Sales, Benjamin Constant e Quintino Bocaiuva, e de liberais da Monarquia que aderiram de primeira hora ao novo regime, como Rui Barbosa e Floriano Peixoto. Todo o ministério era membro da maçonaria brasileira. Deodoro foi o 13º Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil, eleito em 19 de dezembro de 1889 e empossado em 24 de março de 1890.
O primeiro ato do novo governo foi dirigir uma proclamação ao país, anunciando a mudança de regime e procurando justificá-la. Pelo Decreto nº 1 foi adotada, a título provisório, a república federativa como forma de governo da nação brasileira, até que resolvesse a respeito o Assembleia Nacional Constituinte que seria convocada. As províncias do extinto Império brasileiro foram transformadas em Estados federados.
De todas as províncias, chegaram, logo, manifestações de adesão ao novo regime, quase sempre da parte dos velhos partidos monárquicos. Destarte, a República foi estabelecida em todo o país praticamente sem lutas, salvo no Estado do Maranhão, em que antigos escravos tentaram esboçar uma reação, correndo às ruas da capital com a bandeira do Império e dando vivas à Princesa Isabel. Foram dispersos pelo alferes Antônio Belo, com o saldo de três mortos e alguns feridos. Os três negros, de que a História não guardou os nomes, foram os únicos mortos da Proclamação da República no Brasil.
A expulsão da Família Imperial do Brasil
Em 16 de novembro, Deodoro mandou uma mensagem ao imperador destronado, intimando-o a deixar o país juntamente com a família imperial brasileira, dentro de 24 horas, e oferecendo-lhe a quantia de 5 mil contos de réis para seu estabelecimento no exterior. Dom Pedro II de Bragança recusou a oferta, e partiu na madrugada de 17 de novembro para Portugal, pedindo somente um travesseiro com terras do Brasil, para repousar a cabeça quando morresse.
A nova bandeira
Na manhã do dia 19 de novembro, o marechal recebia em sua casa alguns republicanos, liderados por Lopes Trovão, os quais iam submeter, já como fato consumado, à sua apreciação, o projeto da nova bandeira do Brasil. Deodoro, porém, desejava manter a antiga Bandeira Imperial, dela retirando apenas a coroa, e considerou a bandeira que lhe fora apresentada por Lopes Trovão como um arremedo grosseiro da bandeira dos Estados Unidos. Os republicanos insistiram que só restava a Deodoro oficializar a bandeira por eles apresentada, pois a mesma já tremulava em alto-mar, no mastro do Alagoas, navio que conduzia o imperador deportado ao exílio. Irritado, o marechal deu um soco na mesa, exclamando: Senhores, mudamos o regime, não a Pátria! Nossa bandeira é reconhecidamente bela e não vamos mudá-la de maneira nenhuma!
Os republicanos ficaram sem resposta e a sua bandeira foi, posteriormente, para o Museu da Marinha, ficando conhecida como a "bandeira provisória da República", embora nunca tenha sido oficializada. Diante da decisão inflexível de Deodoro, foram mantidos, na bandeira nacional, o losango amarelo no retângulo verde, da antiga bandeira do Império, substituindo-se as armas da monarquia por uma esfera celeste, tendo, ao centro, o Cruzeiro do Sul, e cortada por uma faixa branca, com o mote Ordem e Progresso. A bandeira foi desenhada por Teixeira Mendes, presidente do Apostolado Positivista do Brasil, com o auxílio de Miguel Lemos e do professor de astronomia Manuel Pereira Reis.
Na tarde daquele 19 de novembro, o Chefe do Governo Provisório baixou o Decreto nº 4, oficializando a bandeira nacional. A exposição de motivos do Decreto considerava que as cores verde e amarela, "independentemente da forma de governo, simbolizam a perpetuidade e integridade da Pátria entre as outras nações".
O reconhecimento internacional
A primeira nação a reconhecer o novo governo foi a Argentina, em 20 de novembro de 1889. Indispostos com o império por suas intervenções militares na região platina, os argentinos promoveram, em Buenos Aires, homenagens especiais à Proclamação da República no Brasil.
Seguiram-se, à Argentina, os demais países hispanófonos da América: Venezuela (em 5 de dezembro), Bolívia (em 2 de dezembro), o Chile (em 13 de dezembro), o Paraguai (em 19 de dezembro), o Peru (em 27 de dezembro), o México (em 27 de janeiro de 1890) e o Equador (em 29 de janeiro).
Os Estados Unidos, nação que os republicanos brasileiros preconizavam como padrão a ser imitado pelo Brasil, retardaram o reconhecimento oficial da república brasileira até 29 de janeiro de 1890. De acordo com seu então presidente Benjamin Harrison, o reconhecimento foi adiado até que fosse comprovado que o novo governo teria apoio popular.
O governo da França quis aproveitar-se do ensejo para conseguir, do Brasil, o reconhecimento de seus supostos direitos sobre o norte do Amapá. Assim sendo, só reconheceu a república brasileira em 20 de junho de 1890.
O Império Alemão reconheceu o governo republicano brasileiro em 29 de novembro de 1890. A Grã-Bretanha aguardou que se promulgasse a nova Constituição, e só em 4 de maio de 1891 o representante diplomático do Brasil foi recebido pela rainha Vitória do Reino Unido.
Até o fim de 1891, a república brasileira estava reconhecida por todas as nações civilizadas. Só a Rússia é que não quis reconhecer o novo regime, senão depois do falecimento de dom Pedro II, por ato de 26 de maio de 1892.
O banimento da Família Imperial do Brasil: a humilhação provocada por pelo Presidente Marechal Deodoro da Fonseca
Com a proclamação da república brasileira em 15 de novembro de 1889, a família imperial seguiu para o exílio na França e Áustria-Hungria. Embarcaram a bordo do vapor Sergipe: D. Pedro II, D. Teresa Cristina, D. Isabel, D. Gastão, D. Pedro de Alcântara, D. Luís Maria, D. Antônio Gastão e Pedro Augusto. Na comitiva que acompanhava a família imperial, estavam André Rebouças; o conde de Carapebus; o barão de Loreto e sua esposa, D. Maria Amanda Paranaguá Dória, baronesa de Loreto; o visconde de Ouro Preto e seu filho, o conde de Afonso Celso; e o conde de Mota Maia. Augusto Leopoldo encontrava-se a bordo do cruzador Almirante Barroso, em viagem de circunavegação. O pai desse, Luís Augusto, residia na Áustria desde o falecimento de D. Leopoldina.
Além do banimento, o governo republicano confiscou e leiloou muitos dos bens da família imperial. Em 1890, treze leilões de bens da Casa Imperial foram realizados.
O presidente Epitácio Pessoa, por decreto presidencial de 3 de setembro de 1920, revogou a Lei do Banimento. A família imperial pôde então retornar a solo brasileiro. A ocasião foi aproveitada para repatriar os restos mortais do último imperador e de sua consorte, que seriam trasladados de Portugal um ano depois. Dos nove membros da família imperial originalmente exilados, somente dois retornaram vivos ao Brasil: D. Pedro de Alcântara e seu pai, D. Gastão, falecido no ano seguinte, a bordo do navio Massilia, a caminho do Brasil para a celebração do centenário da independência. Apesar da proibição então em vigor, D. Luís tentou desembarcar no Rio de Janeiro 1906, mas foi impedido por autoridades locais. Acabou por falecer no ano da revogação da lei do Banimento, em 1920.
Atualmente, os restos mortais de cinco membros da família imperial exilados em 1889 estão sepultados no Brasil, todos no Mausoléu Imperial, Petrópolis: D. Pedro II e D. Teresa Cristina, cujos restos mortais foram trasladados do Panteão dos Braganças, Lisboa, em 1921, por ocasião do centenário da Independência do Brasil; D. Isabel, removida do cemitério de Eu em 1953; D. Gastão; e D. Pedro de Alcântara, transferido do cemitério de Petrópolis em 1990, juntamente com sua esposa, Isabel Dobrzensky. D. Luís Maria e D. Antônio Gastão estão sepultados na Capela Real de Dreux, França, onde a esposa do primeiro, D. Maria Pia, foi sepultada em 1973. Pedro Augusto, Augusto Leopoldo e Luís Augusto estão sepultados na cripta da Igreja de Santo Agostinho, em Coburgo, Alemanha, onde a esposa do último, D. Leopoldina, fora enterrada em 1871.
Em 1954, foram transferidos para a Capela Imperial, São Paulo, os restos mortais da primeira imperatriz, D. Leopoldina, os quais se encontravam no Convento de Santo Antônio, Rio de Janeiro. No Convento de Santo Antônio estão sepultados alguns dos filhos de ambos os imperadores: D. Miguel, D. João Carlos, D. Paula Mariana, D. Afonso Pedro e D. Pedro Afonso, além de D. Luísa Vitória, filha natimorta de D. Isabel. Em 1972, por ocasião do sesquicentenário da Independência, os despojos de D. Pedro I foram trasladados do Panteão dos Braganças, Lisboa, para a Capela Imperial. O corpo de sua segunda esposa, D. Amélia, só foi transferido do Panteão dos Braganças para a Capela Imperial em 1982. Nesse mesmo ano, o corpo da filha dessa, D. Maria Amélia, foi transferido do Panteão dos Braganças para o Convento de Santo Antônio.
O Imperador Dom Pedro era um homem de viagens e de pesquisas
Uma das facetas do imperador Pedro II era a de um homem, no mínimo, muito curioso. Ele gostava de saber das novidades de sua época e era um entusiasta das novas tecnologias.
Outra faceta era a de viajante. Sim, o Imperador dos Trópicos rodou meio mundo e conheceu diversos países.
E o mais importante de tudo: deixou centenas de anotações de suas viagens!
Descrição: D. Pedro II e sua comitiva no Egito, ao lado da Esfinge, com a pirâmide de Quéops ao fundo. Tanto a Esfinge quanto a pirâmide ainda estavam meio soterradas pelas areias do deserto naquela época. D. Pedro II está marcado com um círculo vermelho.
Estas anotações das principais viagens feitas pelo imperador receberam tratamento especial de alguns pesquisadores do Museu Imperial de Petrópolis, pois o conteúdo foi avaliado pela UNESCO e recebeu o título de Patrimônio Histórico da Humanidade.
Apaixonado pelas viagens
Uma coisa é você viajar por obrigação diplomática ou visitar um país a trabalho. Outra é pela curiosidade, pela vontade de conhecer lugares que até então só existiam nos livros, nas conversas e na imaginação. D. Pedro II certamente cumpriu obrigações diplomáticas em suas viagens?—?pois, convenhamos, ele era o imperador do Brasil?—?mas também aproveitou para entrar em contato direto com as mais variadas culturas. Países como Canadá, Itália, Rússia, Alemanha e Egito tem culturas bem diferenciadas e foram visitados pelo imperador.
O que difere os relatos de D. Pedro II do relato de outro viajante comum de seu tempo?—?certamente existiam alguns espalhados pelo mundo naquela época?—?não é seu título de realeza, mas sim sua já citada curiosidade aliada a uma boa narrativa e um minucioso detalhamento dos locais por onde passou. Até mesmo ao viajar pelo Brasil.
Caderneta de anotações de Pedro II.
Ele não só relatava mas também desenhava as paisagens por onde passava. O acervo que foi analisado pelos historiadores é bem rico, pois além dos relatos, das impressões e das ilustrações do imperador, alguns documentos trazem ainda os gastos com as viagens e até mesmo um pequeno glossário feito pelo próprio D. Pedro II após ter contato com alguns nativos da tribo puris, no Espírito Santo.
D. Pedro II ao todo fez quatro viagens por vários estados?—?na época mais conhecidos como províncias?—?do Brasil e três viagens ao redor do mundo. No Brasil, tinha o costume de visitar a Câmara, a cadeia e a escola das cidades e das freguesias por onde passava, sempre deixando tudo bem detalhado. Em sua segunda viagem ao exterior , passando pelos EUA, o imperador ficou maravilhado ao ter contato com uma invenção que revolucionaria as comunicações na época: o telefone.
Enquanto convidado de honra da Exposição Universal, que aconteceu na Filadélfia em 1876, D. Pedro II conheceu os cientistas e inventores Thomas Edison e Graham Bell. Maravilhado ao usar pela primeira vez a invenção de Bell, que em um futuro próximo encurtaria distâncias, o imperador não mediu esforços para que o Brasil fosse o segundo país do mundo a ter a nova invenção do físico escocês. O primeiro telefone foi instalado no Brasil em 1877 e dois anos depois o imperador já autorizava o funcionamento da primeira empresa de telefonia do Brasil.
Fonte: Google e o próprio blogueiro
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