Morreu nesta quarta-feira (31), vítima da Covid-19, o ator e comediante Davi Mello. Ele tinha 43 anos, morava em Mogi das Cruzes e era filho do humorista Aloísio Ferreira Gomes, o Canarinho. O corpo será cremado durante a tarde em Jacareí.
Davi não tinha comorbidades e manifestou os primeiros sintomas da doença na semana passada. Segundo o amigo Thiago Batalha, na quinta-feira (25) o ator passou mal e foi ao Hospital Municipal de Brás Cubas, onde testou positivo para o novo coronavírus.
“Transferiram ele para o Doutor Arnaldo. Até ontem, na hora do almoço, ele estava conversando e não precisava ser intubado. De repente, a gente não entende o que aconteceu, ele teve uma piora muito grande. Quando foi de madrugada, umas 3h, 4h, parou e não conseguiram reanimar”, relata Thiago.
“Eu estou arrasado. Era um irmão, uma pessoa que não tinha comorbidades Era uma pessoa jovem, batalhadora, coração bom. Foi a óbito sem a gente entender nada. A única coisa que ele tinha de diferente, era rinite. Não tinha asma, não tinha nada. Não tinha nenhuma doença. Era um cara que se cuidava, sabe?”, completa.
Em suas participações no humorístico, costumava usar o telefone próximo de outras pessoas, se intrometia nas conversas alheias e sempre tinha que correr para não apanhar no final da esquete.
“Ele se formou no ano passado na Wolf Maia, em São Paulo. Falava para mim, todos os dias, que ia seguir a carreira do pai para dar alegria para a mãe. Era o sonho dele e estava lutando muito para isso. Era um cara super batalhador, uma pessoa que corria muito atrás. Foi uma fatalidade e a gente está sem chão, porque foi tudo muito rápido”.
Thiago é chefe de gabinete na Prefeitura de Mogi das Cruzes e diz que a morte do amigo é mais uma que assusta pelo perfil da vítima: jovem e sem doenças prévias. Ele espera que a fatalidade possa sensibilizar outros moradores da cidade sobre os riscos da Covid-19.
“Eu tinha 12 anos quando o conheci. É um amigo de 22 anos. É amigo mesmo, inseparável, que me mandava mensagem, vinha na minha casa. Eu dormia na casa dele quando era mais novo. A gente conviveu muito junto. Eu chamava a mãe dele de tia, o pai dele de tio. Era amigo dos meus irmãos. Era um irmão mesmo. Minha dor está sendo como se tivesse perdido um irmão de sangue”, lamenta.
“É muita gente jovem que está indo embora. A gente tem lidado muito com isso, todos os dias. Está muito triste, é muita gente nova morrendo. As pessoas não acreditam, só sabem atacar pelas atitudes, mas não dá para descuidar”.
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