Adolescente trans de 13 anos é espancada até a morte no Ceará
Keron não se sentia bem com o corpo, tinha vergonha dos seios e ainda estava em fase de transição de gênero. Ganhou amigos e, com eles, aceitação.
Fonte: Com TNH1 - Por Folhapress
Adolescente trans de 13 anos é espancada até a morte no Ceará Foto: Reprodução/TNH1/O Povo / Arquivo Pessoal
No mês que celebra o Dia da Visibilidade Trans, Keron Ravach se tornou a mais jovem transexual assassinada no país.
Procurada, a Prefeitura Municipal de Camocim divulgou, em nota, que lamenta profundamente o ocorrido e que se solidariza com a dor da família. Também informa que está prestando apoio à família.
"Foi prestado à família da vítima assistência funerária, ao mesmo tempo em que foi disponibilizada também assistência técnica de psicólogos, jurídica e assistentes sociais."
Segundo a Antra, o Brasil é o país que mais mata travestis e transexuais no mundo, com uma morte a cada 48 horas. Em 2020, foram 151, sendo 19 registradas no Ceará.
Em janeiro do ano passado, Paola Prado foi assassinada, com tiros na cabeça, no centro da capital cearense.
No mês seguinte, mais duas vítimas: Monike Matias Chagas, que foi encontrada morta, parcialmente submersa e presa por uma corda em uma cachoeira no município de Missão Velha, e Dávila Duarte, assassinada a tiros em Fortaleza. Em março, também por disparo de arma de fogo, Luana Paty perdeu a vida.
Depois de 40 dias, mais uma vítima. Bárbara foi encontrada morta dentro de casa, na periferia de Fortaleza. Em 6 de junho, no mesmo município onde Keron morava, em Camocim, Luanna Kelly foi assassinada a golpes de faca após uma discussão com três homens em um bar.
Os meses de julho e agosto foram os mais cruéis para transexuais e travestis no Ceará. No intervalo de 38 dias, foram sete mortes.
Com um tiro na nuca, Carol Eleotério foi morta em Sobral em 11 de julho. No dia seguinte, Soraya Santiago foi encontrada morta às margens de uma lagoa, em Fortaleza. Já no dia 19, em Iguatu, Rhyanna Mabelly não resistiu aos ferimentos feitos pelo primo.
Em 3 de agosto, uma travesti, ainda sem identificação, foi morta a golpes de faca a 700 metros de um posto policial. No dia 8, Ludmila Silva foi assassinada a tiros em um matagal, também na capital cearense.
Dois dias depois, Letícia, que havia retornado ao estado de origem há poucos meses, foi executada enquanto trabalhava como garota de programa. Em 19 de agosto, Daniele Rodrigues foi encontrada morta em um terreno baldio em Crateús.
Em dezembro, no dia 13, Duda foi morta a facadas em Caucaia. O caso aconteceu quatro dias depois da morte da cearense Kareen Victoria, que foi espancada até a morte em um hotel de Vila Cachoeirinha, em São Paulo.
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